Armadilhamento para Bicudo traz resultado positivo no Piauí

Histórico do Bicudo-do-Algodoeiro

Bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis) é um besouro da família dos curculionídeos, originário da América Central, de coloração cinzenta ou castanha e mandíbulas afiadas, utilizadas para perfurar o botão floral e a maçã dos algodoeiros. É tido como uma importante praga agrícola nos E.U.A., e a espécie foi introduzida no Brasil em 1983, causando prejuízos nas plantações de algodão do Nordeste. Seus sintomas são nitidamente visíveis. Diz-se que o nome “bicudo-do-algodoeiro” foi atribuído pelo entomologista Dr. Geraldo Calcagnolo na década de 80. Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Bicudo-do-algodoeiro.

Armadilhamento

Durante a segunda quinzena do mês de Outubro de 2018 houve a instalação das armadilhas nas propriedades do Estado que pretendiam realizar o plantio de algodão nesse ano agrícola. As armadilhas foram munidas de feromônio que atrai somente a praga do Bicudo-do-Algodoeiro. As regiões ou núcleos de localização das propriedades produtoras são Uruçuí, Bom Jesus, Santa Filomena e Corrente. As armadilhas permaneceram no campo por um período entre 5 e 9 semanas. No decorrer desse período, todas as semanas eram coletadas as informações nas armadilhas e inseridas em planilha específica.

Felizmente o Armadilhamento trouxe resultado positivo, onde apenas na região (núcleo) de Corrente teve incidência da praga do Bicudo-do-Algodoeiro, que leva o nome científico Anthonomus grandis. A incidência é considerada baixa. Até o presente momento, além da região de Corrente, o Município de Floriano também tem presença da praga do Bicudo, porém nessa região não há cultivo da Malvacea, a reprodução da praga se dá através de plantas de algodão perenes (Algodão Arbóreo) que há nos quintais de várias residências. Todavia, devemos entender que possivelmente em vários municípios do Estado há presença da praga.

Com esse resultado, que na maioria das regiões já era esperado, os produtores são privilegiados com a ausência do Bicudo que lhes concede vantagens com o uso moderado de produtos químicos para prevenção do mesmo.

Sobrevivência de Anthonomus grandis no Cerrado

É importante salientar que ainda há dúvidas quanto a sobrevivência do Bicudo no cerrado Piauiense, quais plantas utilizam para se alimentar ou quais estratégias possuem para sobreviver. Além disso, não está claro, se as altas temperaturas afetam sobremaneira a pressão de bicudo no Estado, aliado aos anos com pouca chuva e muitos focos de fogo nos cerrados ou simplesmente o fato de, existirem poucas lavouras e isoladas, favoreçam a baixa incidência de Bicudo (sendo a mais provável). Porém, com o aumento das áreas de algodão no Estado, é necessário estar atento para evitar que a praga saia do nível de controle e venha a causar danos nas lavouras e aumentar os custos de produção.

Portanto, nesse momento, devemos entender que a incidência de Bicudo no Estado do Piauí, na região dos Cerrados, está baixa ou em controle. Todavia, essa informação poderá mudar com o aumento das áreas de algodão no Estado, daí a necessidade de melhorias no manejo com a praga do Bicudo.

Vazio Sanitário

No Piauí há necessidade de estipular o vazio sanitário para a cultura do Algodão, favorecendo a prevenção do Bicudo. Por enquanto, o apoio dos produtores pode ser muito relevante para considerar, como sugestão, até a definição em portaria a ser expedida pela ADAPI (Agência de Defesa Agropecuária do Piauí), as datas de 15/09 a 15/11 como vazio sanitário para o Algodão no Piauí (as datas podem ser negociadas).

Manejo do Bicudo no Cerrado

Alguns manejos preventivos devem ser aprimorados pelas propriedades com vistas a manter a baixa incidência no Estado:

– Manter os talhões das fazendas com ZERO de tigueras (plantas de algodão indesejadas);

– Destruição eficiente da soqueira de algodão (pós colheita);

– Eliminar rebrotes ou plantas de algodão em culturas posteriores;

– Monitoramento específico durante todo o ciclo da cultura;

– Realizar aplicações em bordaduras com inseticida específico para Bicudo, além de aplicações em área total;

– Para propriedades com presença de Bicudo, buscar outros manejos;

– Manejo para regiões com cultivo no modelo familiar estão sendo construídos pela Apipa em conjunto com outras instituições parceiras.

Fonte: APIPA (Edson Nere Sousa)

 

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