As lavouras de algodão no Piauí até final do mês de abril estavam com média de 120 DAE – Dias Após Emergência. Nesta safra 2020/2021, já realizamos três Rodadas Técnicas com a participação de consultores especializados na cultura do algodão pelas fazendas produtoras do Estado – Dr. Eleusio Freire da Cotton Consultoria e Dr. Fábio Aquino, entomologista da Embrapa Algodão. As Rodadas Técnicas se baseiam em visita in loco em cada fazenda, com avaliações de lotes e de cultivares comerciais, assim como avaliação de ensaios de cultivares e recomendações aos produtores.
As contratações de consultores e as parcerias realizadas estão previstas no Projeto Fitossanitário da APIPA – Associação Piauiense dos Produtores de Algodão e tem como principal objetivo apoiar a cadeia produtiva do algodão no Cerrado Piauiense.
Nesta safra, diferentemente da anterior, o plantio do algodão foi realizado mais de 90% dentro da janela considerada ideal para a cultura, de 10 de dezembro a 10 de janeiro, tendo a segunda quinzena de dezembro o melhor período de plantio de acordo informações levantadas.
O algodão nesta safra, apresenta maior potencial de produtividade que na safra 2019/2020, embora ainda seja cedo para definição de produção. As precipitações pluviométricas têm sido relativamente ótimas para a cultura, porém no final de abril houve excesso de chuvas em algumas fazendas favorecendo o apodrecimento de maçãs, problema recorrente no Estado, e que podem diminuir à produtividade. O apodrecimento de maçãs acontece em virtude da ocorrência de chuvas, mantendo a lavoura muitos dias com alta umidade, mas também está relacionado a lavouras vigorosas, baixa insolação, danos por pragas e presença de doenças.
Dentre as principais pragas nesta safra, tivemos, assim como nas safras anteriores, a lagarta Spodoptera frugiperda, Bicudo-do-algodoeiro, mancha de ramularia e mancha-alvo, pulgão-do-algodoeiro e mosca-branca. Dentre essas a Spodoptera, Bicudo e Ramularia são as maiores ameaças aos produtores, embora haja cultivares com resistência a lagarta Spodoptera, mas nem todos os produtores utilizam em virtude do custo e da qualidade de fibra. No entanto, na próxima safra serão disponibilizadas novos materiais com tecnologia para controle da lagarta Spodoptera, com isso os produtores terão mais opções de escolha, esperamos também que os custos das sementes diminuam em virtude de maior oferta. Há também cultivares com tolerância a mancha de Ramularia disponíveis no mercado. Já para o bicudo não há cultivares tolerantes e os produtores precisam fazer a “lição de casa” para uma convivência harmoniosa com essa praga, que seria o manejo preventivo, destruição das plantas tigueras de algodão para evitar a proliferação do bicudo na entre-safra, uso de produtos eficientes, entre outros vários métodos preventivos.
De forma geral, o controle dessas pragas e doenças tem sido bem manejadas pela maioria dos produtores. Nesta safra identificamos ataques tardio da lagarta Helicoverpa spp e Spodoptera spp em espigas de milho, apesar de não ter havido prejuízos maiores, acende um alerta para a próxima safra. De acordo informações levantadas, houve também presença da lagarta Helicoverpa spp atacando cultivares de algodão viptera que são tolerantes a essas pragas.
As principais cultivares utilizadas nesta safra no Piauí foram: TMG 44 B2RF, FM 985 GLTP, DP 555 BGRR, IMA 5801 B2RF, DP 1746 B2RF e FM 944 GL (cultivar convencional para refúgio).
Mais detalhes sobre esses temas e demais relacionados a cultura do Algodão, consultar Informativos Técnicos disponíveis no site da Apipa, www.apipa.com.br, na aba “Informativos Técnicos” ou entrar em contato com a equipe da Apipa em Uruçuí, telefone/whatsapp (89) 9433 1858.