No ano em que completa dez anos de parceria com a Better Cotton Initiative (BCI) no Brasil, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) sedia um workshop promovido em conjunto com a entidade suíça, sobre melhores práticas em proteção de cultivos, com ênfase no Manejo Integrado de Pragas e doenças (MIP). O evento tem como objetivo discutir estratégias para a redução do uso de defensivos químicos nas lavouras de algodão do Brasil, levando em conta as condições climáticas, que favorecem a pressão parasitária, e, sobretudo, a presença do bicudo-do-algodoeiro, que, desde 1983, tem sido a mais danosa praga da cotonicultura no país.
O evento começou no dia 28 de fevereiro e prossegue até 02 de março. A programação ocorre na sede da Abrapa, em Brasília, e, em uma etapa de campo, na fazenda Pamplona, do grupo SLC, no município de Cristalina/GO. Durante o workshop, especialistas apresentam inovações para o controle de pragas e dividem casos de sucesso, como o da Austrália, que será apresentado por Dr Paul Grundy, do portal Cottoninfo. O estudo de caso de uma estratégia americana em MIP será apresentado pelo professor de entomologia da Universidade do Arizona, Dr Peter Ellsworth. O entomologista brasileiro, Dr Paulo Degrande, também participa do workshop, e vai falar sobre o MIP no Brasil.
De acordo com o presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel, dadas as condições naturais de clima e solo do país, que não possui invernos rigorosos ou outros fatores de quebra do ciclo de pragas e doenças, o uso dos defensivos num modelo de MIP é uma questão de sustentabilidade. “O produtor de algodão brasileiro é racional no uso destes insumos, que, inclusive, representam a maior parcela dos seus custos agrícolas. A cada dia, estamos agregando outras tecnologias ao nosso MIP, com grande destaque para os biológicos”, disse.
Ele afirma, ainda, que encontrar soluções sustentáveis para proteger as lavouras de algodão e fomentar a adoção de melhores práticas agrícolas são prioridades da Abrapa, contempladas no programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR).
“O ABR vem sendo cada vez mais reconhecido pelos mercados, Governos e sociedade, e, este ano, completa uma década de benchmark com a BCI, numa prova de alinhamento de ideais com esta que é a entidade de referência global em licenciamento de algodão produzido em bases responsáveis”, finaliza Schenkel.
28.02.2023
Imprensa Abrapa
Catarina Guedes – Assessora de Imprensa